PRÓLOGO

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Não sou daqueles que fica remoendo o passado. Superei todos os obstáculos que a vida me impôs e hoje tenho aquilo que sempre busquei. Meus pais foram assassinados, quando eu ainda era um adolescente, na cidade em que morávamos no Texas, e a investigação policial foi arquivada por não conseguirem encontrar os responsáveis pelo homicídio.

Ver os corpos sem vida das pessoas que eu mais amava no mundo foi desesperador. Durante o velório, as lágrimas haviam secado. Havia uma sede de reparação em minha alma. Olhando para meus pais, lado a lado em seus caixões, fiz uma promessa a mim mesmo de que não mais perderia alguém que me fosse caro dessa forma brutal. No próprio funeral, escolhi a profissão que iria seguir. Seria um detetive competente e não deixaria investigações serem encerradas antes de estarem resolvidas.

A dor, entretanto, nunca foi aplacada. No dia em que meus pais se foram, meu coração se trincou de forma permanente.

Certas palavras de um poema me calam fundo por representarem tudo o que eu sinto. "Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche."(1)

Hoje, encontro-me em uma posição confortável. Fui transferido do Texas para Michigan para atuar na cidade de Detroit, uma das mais violentas do país. Minha determinação em não deixar pontas soltas e encontrar os verdadeiros culpados nos casos que eu atuei, destacou-me no âmbito dos investigadores e rendeu-me a alcunha de Hunter, pois atuo como um verdadeiro caçador em busca dos criminosos.

Solteiro convicto, prezo por minha independência e privacidade. Poucos sabem sobre minha vida pessoal. Muitos me definem como arrogante, marrento, introvertido, mas admitem que sou muito observador e uma pessoa persuasiva.

Do meu pai herdei minha estatura, um metro e noventa de altura e os cabelos castanhos. Meus olhos são da mesma tonalidade de azul dos da minha mãe. Desde jovem, sou praticante de artes marciais e na academia policial, tornei-me especialista em armas e um excelente atirador.

Meus pais eram policiais e foram vítimas de uma emboscada, tenho certeza. Não desisti de retomar a investigação sobre a morte deles, porém ainda há empecilhos burocráticos para eu trabalhar fora da minha área de atuação. São estados diferentes e tenho restrições de acesso aos laudos que foram arquivados. Ser reconhecido e condecorado pela minha competência e não poder descobrir quem matou meus pais é algo que me incomoda. Suspeito que há pessoas importantes envolvidas, inclusive da própria polícia local, que dificultam minha aproximação.

Nasci e morei em Grapevine, uma cidade interiorana do Texas, famosa pela fabricação de vinhos. Após a morte dos meus pais, minha avó Merida cuidou de mim com carinho e devoção. Ela é toda a família que me resta e, apesar de agora morarmos distantes, estamos sempre em contato. Aos setenta e dois anos. Merida é uma senhorinha saudável, ativa, lúcida e que parece ter um canal de comunicação direto com o além. Sou bastante cético com relação a esses assuntos, mas respeito suas crenças.

Esta semana há vários casos a serem solucionados na cidade, porém um deles ganhou muito destaque na mídia por envolver pessoas da alta sociedade de Detroit. Meu chefe pediu para que eu desse atenção especial ao assunto, porque há muita pressão de poderosos querendo uma resposta.

Estou a caminho do local onde ocorreu o delito e já sei de alguns detalhes, inclusive o nome do homem desaparecido: Gordon Mordake Relish, CEO de uma grande indústria automobilística.

Estou a caminho do local onde ocorreu o delito e já sei de alguns detalhes, inclusive o nome do homem desaparecido: Gordon Mordake Relish, CEO de uma grande indústria automobilística

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Referências do capítulo
(1) Trecho adaptado do poema de Martha Medeiros "A dor que dói mais"


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Olá, leitores. Este livro é  um novo desafio para mim: um romance policial. 

Sendo algo inédito na minha carreira literária,  a opinião de vocês é muito importante.

Narrado em primeira pessoa, o protagonista masculino vai desvendar mistérios usando suas qualificações de policial detetive. 

Deixem suas estrelinhas e comentários. A obra ainda está sendo escrita e vou considerar todas as sugestões que forem dadas.

Agradeço a atenção e espero que apreciem a leitura.

JUSTIÇA SOMBRIA: RETORNO AO PASSADO (em construção)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora